passarola quer voar: julho 2008

quinta-feira, julho 31

Hummmm...

Quando voltar hei de inspeccionar melhor isto...



via João Lopes, Sound + Vision

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quarta-feira, julho 30

Está confirmado...

A Lucy deixa-me fugir... :) Deus abençoe a Lucy!

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terça-feira, julho 29

run, run, run...



acho que vou conseguir fugir, no próximo fim de semana... ;)

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segunda-feira, julho 28

Quando estou embalada a escrever e de repente...

...qualquer coisa faz descambar um diálogo para qualquer coisa como isto… “Se há manhãs em que não me custa saltar da cama, são as dos fins-de-semana. Sabem porquê? Porque… "Ah-wulli! Wale-den-de-bobo-den-di-bili-dan-lo-no
Wale-den-de-bobo-den-di-bili-dan-lo-no Wale-den-de-bobo-den-di-bili-dan-lo-no
Wale-den-de-bobo-den-di-bili-dan-lo-no Ah-wulli! Wale-den-de-bobo-den-di-bili-dan-lo-no
Ah-wulli! Wale-den-de-bobo-den-di-bili-dan-lo-no
Ah-wulli! Wa-damm-de-dumm!
Happ-tili-lula-domm”…

… é porque estou a gostar do que estou a ouvir… e faz-se pausa para ouvir melhor e descobrir qualquer coisa como isto…


The Real Tuesday Weld no MySpace

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sexta-feira, julho 25

Uma última coisinha antes de ir...

...O fim da Carlota! É o último bocado da primeiríssima história longa que escrevi e que funcionou como um exercício onde experimentei muitas técnicas, géneros e estilos. Acabei por escolher e assumir o ambiente meio assombrado do início deste último capítulo para o género de livros que quero escrever. A Casa do Vento já veio nesta linha e espero ter tempo para que sigam muitos mais. Depois da escrita desta Miúda dos lagartos, muito aprendi e evolui, mas esta, lá está... foi a primeira! :)

26. O fim das férias, parte III

(...)
A aparelhagem estava ligada com o volume no máximo e o som de um saxofone envolvia todo espaço da tenda. A Isabel cantarolava, dançava e… pintava. Um a um, todos os habitantes da casa, foram ocupando um lugar sentado, numa manta que cobria o chão da tenda. Depois entrou o Jeremias e, aos bocadinhos outros lagartos vieram juntar-se a eles mas, além da Carlota, ninguém reparou.

Ficaram todos em silêncio a observar a artista a trabalhar até que, quando menos esperavam, a viram parar, guardar os pincéis e sentar-se junto deles. Ninguém foi capaz de perguntar nada mas, na expressão de admiração de cada um podia ler-se a certeza de que o trabalho estava terminado.

A Carlota sorriu ao identificar numa mancha abstracta a gruta da praia que tinham visitado essa manhã. Fixou o olhar e julgou ver um contorno negro que poderia ser o seu fantasma a cantar canções de pescadores aos muitos lagartos que habitavam a pintura. Era definitivamente o episódio que faltava para que a sua mãe pudesse acabar o quadro da história das férias. Estava perfeito. O problema é que, apesar dos inúmeros retoques que tinham sido dados por todo quadro, um pormenor continuava inalterado. Ainda era necessário apagar uma parte daquela história.

- Fim! – Exclamou a Isabel com um brilho nos olhos. – Já não lhe toco mais.

O Jorge foi o primeiro a abraçar a mulher, orgulhoso do trabalho dela e, comovidos, todos os outros seguiram o seu exemplo. A Carlota ficou à espera do momento certo para chamar a atenção da mãe e este surgiu quando o Henrique decidiu que ia buscar uma garrafa de vinho para que todos pudessem partilhar o momento convenientemente. Lembraram-se também de copos e petiscos para acompanhar e assim, todos começaram a movimentar-se num frenesim de preparativos para mais uma comemoração.

A Carlota avançou para junto da mãe que lhe perguntou:
- Então lagartinha, o que é que achas?
- Gosto muito, mamã. – Deu-lhe um abraço e passou rapidamente ao que lhe interessava – agora só falta uma coisa…
- Ah, estás aí Carlota – puxou-a o pai enquanto o Henrique lhe roubava novamente a mãe, para lhe servir um copo de vinho – A Vera e o Tomás também estavam curiosos para ver o quadro. Não queres ir chamá-los?
- Sim… mas, tem de ser agora?
- Vai lá num instante – disse o pai a sorrir – não sejas preguiçosa.

A Carlota saiu a correr e rapidamente chegou à casa dos vizinhos que se preparavam para jantar.
- Só se levarmos a comida que temos aqui – comentou a Vera, muito prática.
- Sim, não podemos perder isto – confirmou o Tomás.
- Fixe – gritou a voz electrónica do Ricardo, já a preparar-se para disparar a correr na direcção da casa vizinha.
- Mas vamos de jipe que, depois do dia de hoje eu não me consigo mexer – ainda gritou a Vera mas o Ricardo, a Carlota e o Gaudi já tinham partido em grande velocidade.

Teriam chegado primeiro se a Carlota não tivesse tropeçado e perdido o seu gancho favorito em forma de Joaninha, o que os obrigou a perder uns minutos até o encontrarem escondido no chão.

Assim, quando chegaram com o cão já o Tomás e a Vera brindavam com todos os outros à obra completa da Isabel. A música era alegre e divertida e todos dançavam numa grande roda, de copos na mão. O Jeremias veio recebê-los à porta da tenda e a Carlota sentiu que os olhos de todos os lagartos estavam agora postos nela.

Procurou a mãe no meio da festa e encontrou-a no centro de uma grande roda de dança cigana que dava vivas e hurras ao seu novo quadro. Tentou furar mas não conseguiu. O Ricardo mantinha-se ao lado dela e o Gaudi ladrava que nem um louco do lado de fora da tenda. Fizeram uma nova tentativa para furar a roda mas, ao invés de os deixarem passar, o Henrique e o Mário agarraram-nos pelas mãos e eles não tiveram outro remédio senão dançar até ao fim da música. Saltaram e pularam como todos os outros mas, assim que se ouviu a última nota a Carlota puxou a mãe para um canto.
- Não falta nada no teu quadro? – perguntou.
- Claro que sim, minha lagartinha, faltam as tuas duas últimas pinceladas. – confirmou a mãe, muito satisfeita.
Uma nova música recomeçava a animar o grupo quando a Isabel colocou a filha à frente do quadro e lhe estendeu o pincel. O Ricardo seguiu-as atentamente com o olhar.

A Carlota observou, analisou, esticou o braço, fechou um olho, fechou o outro e, quando se sentiu preparada, deu duas pinceladas rápidas mesmo em cima da porta de entrada para a sala da Assembleia dos 8 Velhos Lagartos Sábios.

O grupo estava tão envolvido na festa que ninguém reparou no piscar de olhos que a Carlota fez ao Ricardo, no acenar da cabeça do Jeremias, na saída silenciosa dos lagartos, no Gaudi que tinha parado de ladrar e, muito menos, no olhar abismado da Isabel que nunca tinha visto a filha dar duas pinceladas tão indiscretas num quadro seu e que ainda não tinha tido tempo para absorver uma alteração tão drástica num trabalho tão perfeito.
Fim

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How do you tell a child…

Nada melhor para acabar a semana, inteiramente deprimida por não ver vias de poder tirar férias, inteiramente exausta por já não saber mais que merda inventar para pôr nos textos de abertura e despedida de um programa para putos que não tenha inventado já, inteiramente a precisar de fugir para longe do meu computador ou de qualquer coisa que soe a trabalho, inteiramente a precisar de FIM DE SEMANA! Enfim, nada melhor para acabar a semana que…



How do you tell a child someone has died…Black lips…
e... fui! Bom fim de semana!

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quarta-feira, julho 23

who's gonna save my soul...

Aos primeiros segundos, estive quase para parar o vídeo... bah! nada que se compare com o vídeo do crazy... Depois houve qualquer coisa no texto que me agarrou mais um bocadinho. Depois o coração conquistou-me. ;)


Gnarls Barkley

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terça-feira, julho 22

Lion in A Coma


Animal Collective... em repeat, para acabar bem a noite... :)

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lá lá lá...

... tá lindo...

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segunda-feira, julho 21

E férias?

...ninguém tem aí umas a mais que me possa emprestar... ;)

domingo, julho 20

Ressacas...

Depois da tempestade vem sempre a bonança e este ano as tempestades foram muitas. Profissionais, pessoais, conjunturais... Com o calor veio a calma. Uma calma desapaixonada, mas uma calma tranquila. O trabalho faz-se, a vida segue, as conjunturas não parecem nem favoráveis, nem desfavoráveis. Um dia a seguir ao outro sem grandes furacões, mas com equilíbrio. Temos pena? Ou estamos melhor assim...

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26. O fim das férias, parte II

Quase, quase a acabar... é já para a semana o último bocado do último capítulo, que é definitivamente o melhor... Ora confirmem lá...

As crianças confusas encaminharam-no para a gruta onde, para sua surpresa só estavam lagartos. Nem velhinha, nem peixe, nem alguidar.
- Mas, não é possível! – exclamou a Carlota olhando para o Ricardo que estava tão surpreendido como ela.
A Isabel, ao ver os miúdos dirigirem-se para a gruta com o estranho, tinha-os seguido e estava agora a juntar-se eles.
- Acho que vocês acabaram de conhecer a Velha do Mar – explicava o pescador.
- A velha do mar, que história é essa? – perguntou a Isabel, curiosa, enquanto abraçava a filha.
- Ora! Não conhecem a lenda cá da praia? Dizem os que por cá andam que aqui morreu a mulher de um pescador, eternamente à espera que ele voltasse do mar.
- E ele nunca voltou? – perguntou a Carlota, com um arrepio provocado, não só pela imagem do fantasma, como por estar ainda com o cabelo molhado.
- Não, nem o homem nem o barco que o levou. Diz a lenda que o fantasma da velha continuou por aqui, de olhos postos nas ondas, sempre à espera que ele regressasse. Dizem também que só as crianças e os animais a podem ver, a preparar o peixe para o almoço do marido.
- Brr – Fez a Carlota com um novo arrepio. – E ela também falou com outras crianças como falou connosco?
- Há quem acredite que sim… outros dizem que estas histórias não são mais que lendas e invenções de miúdos com muita imaginação… O que eu sei é que em nenhuma praia eu pesco peixe como nesta! E por falar nisso, tenho que ir andando que a minha mulher está viva e de boa saúde à espera que lhe leve o peixe para o almoço…

Depois de se despedirem do pescador, a Carlota, o Ricardo e a Isabel ficaram por mais uns segundos a observar o local onde teria morrido a Velha do Mar. Ao longe ainda lhes pareceu ouvir uma leve voz de cana rachada a trautear uma letra sobre um pescador que nenhuma onda fazia vacilar. Uma brisa entrou pela gruta fazendo esvoaçar os cabelos da Isabel que olhava de uma forma absorvente para todo o espaço que a rodeava.

O Ricardo foi a correr buscar o seu computador e a Carlota foi atrás dele. A Isabel demorou-se mais um bocado e quando saiu da gruta, trazia um sorriso estranho nos lábios.

Almoçaram maravilhosamente: sandes mistas, com ovo cozido, alface, tomate e orégãos, regadas com muita limonada e, para a sobremesa, uvas, pêssegos, ameixas, melão e meloa à descrição. Contaram aos outros a estranha história e brincaram todos com o facto de já lhes ter acontecido tanta coisa bizarra nessas férias que só lhes faltava mesmo conhecerem um fantasma. O Tomás aproveitou mais uma oportunidade para confirmar que os seus amigos eram todos loucos e só regressaram a casa, mesmo ao final do dia, quando depois de tantos jogos, corridas e mergulhos, já ninguém conseguia mexer um dedo.

Ao chegar, a Isabel foi a primeira a correr para o duche. A sua expressão mantinha algo de intrigante e a Carlota lembrou-se do vento da revelação do fantasma. Foi a segunda a ir para a casa de banho logo a seguir à saída da mãe. Para libertar um bocado do vapor dos duches, abriu a pequena janela e, ao fazê-lo, viu num relance que estavam muitos lagartos camuflados na relva do jardim. Olhou com mais atenção e ficou com a sensação que aguardavam por qualquer coisa e, mais uma vez ouviu as palavras da velha: todas as dúvidas ficarão diluídas no ar.

Quando regressou ao quarto encontrou o Jeremias – É hoje, não é? – perguntou. O lagarto acenou com a cabeça e a Carlota ficou com a certeza de que estava prestes a cumprir a última missão do seu acordo com os lagartos. Vestiu-se e dirigiu-se à tenda branca onde confirmou que a mãe estava a pintar. Sentou-se um bocadinho atrás e ficou contente ao perceber que o bom humor da pintora tinha regressado.
...

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sexta-feira, julho 18

FIM DE SEMANA!!!!

FOGO! Esta semana parecia que nunca mais acabava... de praia, nem cheiro... só trabalho e pouca distracção, mas em boa companhia musical... :)



Ponytale

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sábado, julho 12

26. O fim das férias, parte I

Este já é o último, mas é tão grande e tão bom que vou dividi-lo em três. Percam um bocado de tempo a lê-lo por que vão ver que vão gostar. ;)

Os dias que se seguiram foram seguramente mais calmos. A Isabel continuava em volta da pintura sem a dar por terminada e, quanto aos outros, iam aproveitando a piscina, os passeios ao ar livre e as noites estreladas. A Vera, o Tomás e o Ricardo andavam sempre com eles. Ora estavam em casa de uns, ora em casa de outros.

As escavações da polícia tinham sido adiadas para o Outono, a pedido da Vera e do Tomás, não só para eles poderem aproveitar o resto das férias sem confusões de obras, como também porque nessa altura não havia por ali muita gente e toda a operação seria mais discreta.

O Jeremias também continuou a aparecer e, entre as brincadeiras com as crianças e o Gaudi, lá ia espreitando o desenvolvimento do quadro da Isabel. Todos estranhavam o tempo que ela estava a levar para terminar o seu trabalho e ninguém conseguia ver diferenças de uns dias para os outros. Para eles a obra estava completa mas parecia que a sua criadora não queria abdicar dela. Sentava-se horas a fio a olhar para a tela sem acrescentar nada. Depois, num impulso dava uma pincelada no ar e ficava mais horas sem fim a admirá-la. Sentia que lhe faltava qualquer coisa mas, ao contrário do que pensara no dia em que a tela tinha desaparecido, não sabia o quê. Todas as suas intervenções a deixavam frustrada. A Carlota e o Ricardo também iam espreitando na esperança de que, sem saber, a Isabel transformasse a cena da entrada dos lagartos numa mancha irreconhecível, mas isso não acontecia. O quadro permanecia tão revelador como no dia em que todos os lagartos se tinham deslocado para o ver.

À medida que o fim das férias se aproximava, o humor da Isabel ia piorando. Nem a Carlota, nem o Jorge e muito menos os amigos, se lembravam de a ver assim.
- Deve estar a tentar imitar-me – brincava o Jorge que sempre tivera um génio difícil.
- Se calhar devíamos afastá-la da pintura por um dia – recomendava o Henrique.
- Isto não lhe pode estar a fazer nada bem – concordava a Vera.
- Aquilo não anda, nem desanda. – observava o Mário.
- E depois de amanhã vamo-nos embora – lamentava-se o Jorge.

Estavam todos a olhar para a Isabel, tristes com este pensamento de fim de férias, quando o Henrique teve a melhor de todas as ideias:
- E se fossemos amanhã passar o dia à praia?
- Boa!! Boa!! Vamos!!! Isso!! – A Carlota e o Ricardo saltaram de alegria.
- Levamos comida, bebida, chapéus de sol e passamos lá o dia inteiro – programou a Vera.
- E é uma bela maneira de nos despedirmos das férias – concluía o Henrique sempre pronto a comemorações e festas.

Apesar dos receios de todos, a Isabel, satisfeita por se conseguir libertar um bocado do seu trabalho inacabado, concordou logo e todos se empenharam nos preparativos. Enquanto os adultos se preocupavam com os alimentos, a Carlota e o Ricardo adicionavam bolas, raquetes, colchões, bóias e todos os apetrechos essenciais para um dia em pleno.

Foi assim, que na penúltima manhã daquelas férias, partiram todos em direcção ao mar com os carros cheios para um dia bem recheado. A praia era lindíssima e, dada a dificuldade de acesso, não tinha muita gente. A alguma distância uns dos outros estava uma meia dúzia de jovens e, à beira mar, um velho pescador. O areal era muito extenso e terminava numa zona rochosa com a forma de uma pequena gruta que aguçou logo a curiosidade dos mais pequenos. Mas primeiro era preciso dar um mergulho no mar e, a pressa era tanta, que o Ricardo quase que se esquecia de tirar o computador que trazia pendurado ao pescoço.

Ao primeiro mergulho seguiu-se o segundo e ao segundo o terceiro. A água estava tão boa que só conseguiram sair quando repararam na enorme quantidade de lagartos que se deslocava à entrada da gruta. O primeiro a vê-los foi o Ricardo que ficou de tal maneira com os olhos fixos naquela zona que a Carlota, instintivamente, seguiu o seu olhar.
- Olha!! – exclamou, olhando para o Ricardo. – O que é que eles andarão aqui a fazer? – E largaram os dois a correr naquela direcção. Ao aproximarem-se da gruta começaram a ouvir uma cantilena numa voz esganiçada, baixinho:

Num belo dia
um pescador
fez-se ao mar
sempre a remar…

Lá dentro estava uma velha, mesmo muito velhinha, sentada num pequeno banco de madeira a escamar um grande peixe cinzento. Os cabelos completamente brancos contrastavam com as suas vestes negras. Aos pés tinha um alguidar vermelho para onde iam caindo as pequenas escamas de um transparente azulado. Em seu redor, os pequenos lagartos escutavam a sua música.

Veio uma onda,
E o seu barquinho
Sem vacilar
Sempre a remar

- Olhem, temos companhia – disse a velhinha para os lagartos, ao ver as crianças.

Os seus olhos, tão claros que pareciam brancos, assustaram os dois amigos. Ela pressentiu e riu-se.
- Não tenham medo de mim que não vos faço mal. Eh! Eh! Venham, venham cá…meus queridos…
A Carlota e o Ricardo aproximaram-se receosos.
- Nunca vos vi por aqui. Mas tenho a impressão que estes meus amigos vos conhecem bem – e apontou para os lagartos.
- O meu nome é Carlota e este é o Ricardo. Viemos passar o dia à praia.
- E fizeram muito bem, pois hoje, esta praia vai receber o vento da revelação. Todas as dúvidas ficarão diluídas no ar.
A Carlota e o Ricardo olharam para ela surpreendidos.
- Agora vão e digam ao meu pescador que o peixe para o almoço está quase pronto.

As crianças, assustadas, acenaram com a cabeça e foram a correr, em busca do pescador que tinham visto à chegada. Quando o encontraram transmitiram-lhe o recado.
- A minha mulher? Aqui a preparar-me o almoço? Devem estar enganados – Dizia o pescador com um ar muito surpreendido – Pois se a deixei eu em casa dos nosso filhos…
- Mas não está aqui mais ninguém a pescar…
- Será possível? – indagou o homem que não era, nem por sombras, tão velho com aquela velhinha. – Mostrem-me lá isso.
...

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sexta-feira, julho 11

Rage Against the Machine!!!!

até doeu, sair um bocadinho antes do fim... amanhã 20 crianças barulhentas no museu logo às 10h. Auchhhh... vou dormir :S

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quinta-feira, julho 10

Alive!!!!


Os filhos, dos filhos, dos filhos, dos filhos de uma égua, têm uma programação tão boa para hoje, que vai ser um stress ficar em sossego só num dos palcos! Bem, uma coisa é certa, vou cedito e durante Vampire Weekend e MGMT, ninguém me tira do Metro on Stage... agora Spiritualized e National ser à mesma hora, é muito mau! Muito mau!...



E continuando no registo de concertos em locais impróprios, aqui ficam os Vampire Weekend num “Take away show” numa rua de Paris.



Até já! :)

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terça-feira, julho 8

Teste de ouvido...

escutai com atenção e dizei-me, quantas músicas conhecidas conseguem identificar? ;)


Se quiserem brincar mais, podem vir aqui.
é genial! :P

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Gajos que organizam concertos em Taxis!!!

É genial!



mais aqui... é genial! :P

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Prémio literário para o Conrado Fortes, já!!

Acabei finalmente de ler a Carne de Deus do Afonso Cruz e posso dizer-vos que foi um prazer. Já era fã dele de outras artes e com este primeiro romance que escreveu fiquei mais ainda. É um livro suculento que não fosse eu andar em fase de grande vadiagem nocturna e grande trabalho diurno, tinha lido de um tirinho. Mas assim o prazer foi prolongado e acabou por saber melhor. :)
Primeiro, porque tem um Conrado Fortes, personagem genial, com um quê de Ignatius de John Kennedy Toole, mas em melhor!! Porque tem uma Lola Benites e uma mão cheia de outras personagens fantásticas e o mais fantástico nelas, é que são todas capazes de proferir grandes reflexões, com uma pitadinha de delicioso sentido de humor do Afonso que tornam a leitura deste livro absolutamente essencial. O sentido de humor está também nas pequenas acções das personagens que enriquecem a acção principal, com pormenores muito engraçados (eu gosto sempre quando me dão bons pormenores!).
Tem um bom enredo, que nos prende do princípio ao fim e essa era a parte da aposta segura do livro com histórias de maçonaria e segredos dos templários, mas também em melhor que muitos livros que li. Não só me deu uma visão completamente diferente do Natal :), como nos consegue passar informação sem se tornar cansativo e numa linguagem acessível e lá está, aligeirada com as peculiaridades das personagens.
E mais que tudo, (não, mais que tudo é mesmo o Conrado Fortes :)) mas, sim, mais que tudo, o estilo do Afonso, que consegue ir beber de tantas fontes, de tantos escritores diferentes e criar o seu estilo próprio, com um tempero surrealista nas descrições que tantas vezes me fizeram voltar atrás, com vontade de ler aquela precisa frase ou parágrafo outra vez. E no fim, fiquei a saber imenso sobre cogumelos.
Prémio Literário para o Conrado Fortes, já! :)

E vocês, estão à espera de quê?... ENCOMENDAR AQUI!!!

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sábado, julho 5

25. Uma sobremesa bem merecida.

Está quase, quase a acabar. Só falta descobrir uma coisa... qual é a última missão da Carlota? :)

Já cá fora, a Carlota e o Ricardo sentiram que mereciam uma recompensa. Lembraram-se que tinham ficado sem sobremesa e reivindicaram um gelado.
- Não sei o que vocês pensam disto tudo mas eu acho que merecemos uma comemoração – ajudou-os o Henrique.
- Uma grande comemoração! – confirmou a Isabel a olhar para o seu quadro.

E foram todos para a geladaria onde, com umas grandes taças de bolas coloridas à frente do nariz, o entusiasmado grupo não conseguia falar de outra coisa:
- Agora já percebi a tua curiosidade com os novos vizinhos e as conversas com o Simão – dizia o Jorge ao Mário.
- O que é que o Simão quereria do meu quadro? – pensava alto a Isabel.
- Tu comentaste alguma coisa com ele sobre isso? – perguntava o Henrique ao Mário que negava com um movimento de cabeça.
- Deve ter andado a espiar a nossa casa – concluía a Isabel.
- Se calhar pensou que vos tínhamos pedido para nos guardarem o mapa do petróleo… - alvitrava a Vera. – Como não o encontrou, decidiu levar o quadro.
- O Agente David deu a entender que ele podia estar a preparar-se para fazer chantagem connosco. O quadro em troca da planta - lembrava-se o Tomás.
- Sim, isso fazia sentido – reflectia o Mário – está de acordo com o método dele.
- Com que então os nossos vizinhos descobriram petróleo e não nos diziam nada… – brincava o Jorge.
- Vamos ver no que isto dá – dizia o Tomás apreensivo.
- O que é que vão fazer agora que já se sabe? – perguntava a Isabel.
- Agora está tudo nas mãos da polícia – esclarecia a Vera. – Vamos dar-lhes a planta e eles vão escavar para perceber o que é que nós descobrimos.
- É muito estranho haver petróleo aqui e só se saber agora..- reflectia o Mário.
- E tinha que ser logo debaixo da nossa casa… - Desabafava o Tomás.
- Cá para mim, vocês já estão ricos e ainda se queixam – comentava o Henrique.
- Só que cá para mim, nós vamos é ficar todos sem casa, sem árvores, sem ar puro, sem campo..… - profetizava o Tomás.
- Sim, porque se realmente se descobrir petróleo ali, podem dizer adeus a toda esta zona.. – Concordava tristemente a Vera.

A Carlota e o Ricardo seguiam atentamente as conversas dos adultos com imensa vontade de lhes contar o que sabiam. De vez em quando, conformados com essa impossibilidade, trocavam sorrisos cúmplices e pensavam que pelo menos podiam falar um com o outro. Tinham sido tantas as emoções, aventuras, descobertas e mistérios daquelas férias que rebentariam se não tivessem alguém para falar sobre isso. Pensavam no Jeremias e nos Velhos Lagartos Sábios. Já teriam eles tido conhecimento do sucesso da sua missão? Assim que chegassem a casa, tratariam de procurar o Lagarto sorridente para o pôr a par de todos os pormenores.

Mas o grupo ainda não mostrava intenção de regressar. Continuava, entusiasmado, a falar das grandes descobertas do dia:
- Com que então Agente especial – olhava orgulhoso o Henrique para o Mário – E eu a achar que andavas metido em encrencas…
- E quando nós pensámos que tinham sido os lagartos a roubar o teu quadro? – Brincava o Jorge, fazendo a Carlota e o Ricardo corarem e a Isabel, o Mário e o Henrique rirem.
- Vocês acharam mesmo que os lagartos tinham roubado o quadro? – perguntou, surpreendida a Vera.
- Eu não te disse que eles eram todos malucos – comentou o Tomás provocando uma gargalhada geral.

O sol já se estava a esconder quando finalmente se decidiram a regressar a casa. O Tomás e a Vera ofereceram-se para levar o quadro da Isabel no jipe e a Carlota aproveitou a oportunidade para ir com eles, prolongando assim o tempo em que estava na companhia do amigo. O problema é que não podiam falar de nada à frente dos pais dele e por isso, comunicavam em silêncio, com trocas de olhares e sorrisos excitados.
- Vocês estão os dois muito estranhos hoje – comentou a Vera – devem estar a preparar alguma…
- Não. Estamos só cansados. – desculpou-se a Carlota.
- E que ideia foi aquela de andarem a fugir dos polícias pela esquadra? – Lembrou-se o Tomás.
A Carlota, muito séria, argumentou – A ideia foi deles, de virem a correr atrás de nós!!
- Foi muito engraçado!! De repente só começámos a ver agentes a entrar e a sair muito atrapalhados e não estávamos a perceber nada do que estava a acontecer – contou-lhes a Vera divertida. - Só depois é que começámos a ver que eles estavam todos nervosos porque não vos encontravam. Hi!! Só me lembro da cara do Agente Ribeiro!… – A Vera riu-se com a recordação. - Sabem qual é? Aquele que lá foi a casa, só gritava, muito inchado que eles eram todos uns incompetentes…
- Agora parece divertido mas, quando descobrimos que aquilo era tudo por causa de vocês, apanhámos uma vergonha! – comentou, mais sério o Tomás.
- O que vos safou foi o Agente David, que vos achou piada e foi à vossa procura..
- E lá nos encontrou. – confirmou o Ricardo.

As duas crianças não puderam deixar de sorrir ao pensar que tinham conseguido despistar um batalhão inteiro de oficiais da polícia. O Ricardo piscou o olho à Carlota e escreveu no computador para ela ler
- Bom trabalho, agente Carlota!
Ela puxou-lhe o computador e respondeu também por escrito – Bom trabalho, agente Ricardo.

Mas a agente Carlota ficou verdadeiramente triste quando, já em casa, viu o jipe levar o seu amigo para longe dela. Sentia um vazio na barriga, uma espécie de sensação de fim de festa, de que o melhor já tinha passado e no entanto, ainda tinham mais uns dias de férias para gozar. Ainda podia acontecer tanta coisa, porque será que se sentia assim?

Nessa noite praticamente não jantaram. A Isabel foi para a tenda branca com o seu quadro e, sentados na cozinha, os homens ainda chegaram a tirar os tachos para fora do armário para voltar a guardá-los lá dentro. Ninguém tinha fome e estavam todos cansados demais para comer.

Antes de se deitar, a Carlota foi espreitar o terreno em volta da casa mas não encontrando o seu lagarto, resolveu ir dormir.

Quando finalmente adormeceu, voltou a sonhar. Mais que uma sucessão de acontecimentos estranhos, a Carlota recebeu durante a noite uma comunicação dos seus amigos lagartos. Se foi verdadeira ou falsa, ela nunca chegou a saber mas, enquanto dormia, viu perfeitamente os 8 Velhos Lagartos Sábios sentados nas suas poltronas feitas de sapatos. O Sábio dos Sábios falou e disse.
- A Assembleia de Lagartos quer agradecer, a si e ao seu amigo, o vosso fantástico contributo para a preservação do nosso segredo. Nunca os esqueceremos.
Com o cantinho do olho a Carlota conseguiu ver que o Lagarto do dedal não dormia. Muito enfiado no ténis, escondia-se debaixo do chapéu, não resistindo à tentação de a espreitar de vez em quando.
- Resta-lhe apenas uma pequena missão que convém que não seja esquecida – interrompeu o emproado dos emproados.
- Tratarei disso, assim que a minha mãe terminar o quadro – garantiu a Carlota, que não se tinha esquecido, enquanto se divertia a ver o dedal a andar para cima e para baixo, sempre que os olhos do lagarto a tentavam ver.
- Por tudo o que fez e, pelo que estamos certos que ainda fará, tenho o prazer de lhe anunciar que é o primeiro membro honorário, não réptil, desta Assembleia. O seu retrato está neste momento a ser pintado na nossa galeria da história...
A Carlota vislumbrou na parede o enorme corredor de imagens de répteis e viu dois lagartos a desenharem o seu rosto mesmo ao lado de um desenho que, pelo sorriso, só podia ser o do Jeremias. Isso deixou-a muito satisfeita.
- A nossa amizade será eterna – terminou o Sábio dos Sábios enquanto a imagem da Sala da Assembleia se ia diluindo no ar. A última coisa que a Carlota viu foram os olhos escondidos do Lagarto do ténis bota vermelho e continuou a dormir tranquilamente até à manhã seguinte.
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sexta-feira, julho 4

Mais teatro...

Hoje arranca também o Festival de Teatro de Almada. A escolha é muita e de qualidade, como poderão ver no link para o Festival. Este Gengis entre os Pigmeus, que vai estar na Culturgest nos dias 4, 5, 6, 8, 9 e 10 é um dos que quero ir ver!


Podem encontrar mais imagens e algumas palavras no blog do próprio do fotógrafo, aqui.

A segunda dica da semana é só para os menores de 30. Aproveitem que eu já não posso!! :)

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quinta-feira, julho 3

Estreia hoje...

A FESTA



Mais info aqui no blog do mestre... e no site do Maria Matos e eu vou já reservar os meus bilhetes aqui: bilheteira.teatromariamatos@egeac.pt Vocês QUEREM fazer o mesmo! ;)
ah... dica da semana, à quinta feira é mais barato...

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terça-feira, julho 1

O vício da semana...



plantado pelos últimos Discos Voadores do Nuno Galopim

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