passarola quer voar: De volta ao “Para cima e não para norte”

terça-feira, janeiro 13

De volta ao “Para cima e não para norte”

“(…) Estavas tão preocupado em reportar notícias de ti próprio, tão ocupado a fazeres de ti próprio, que começaste a precisar de um olhar em todo o lado.
Já não podias viver sem ser visto. (…)”

Nunca pensei levar tanto tempo a ler este livro, como levei. Fanzíssima da Patrícia Portela, sempre achei que uma hora depois de me ter chegado à mão já o tinha terminado. Isso não aconteceu e encravei ali em muitos momentos. Talvez por já acompanhar o projecto desde a primeira apresentação dramatúrgica e achar que ao vivo funcionou muito melhor. Mas é verdade que continuo a recomendar que o comprem. Não só pela ideia da história, como pelo objecto livro, que é absolutamente original e comunicativo de formas que os livros planos (para adultos), normalmente não são. Adorei as vozes que se ouviam, as correntes de ar ao virar da página, a dobra falsa da página que fazia parte da história, as barrinhas da prisão (um dos momentos onde encravei mais) o teletexto do noticiário (definitivamente o momento que demorei mais a ler até ao fim), toda a organização gráfica em geral. É um livro de uma criadora original, que arrisca e que espero que continue a arriscar. Eu vou estar lá para ver, comprar e ler.


E no fundo, tenho pena de não ter sido raptada pelo homem plano…

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