passarola quer voar: julho 2009

quinta-feira, julho 30

Filmes...

sempre que sinto um momento Lost in Translation a aproximar-se...
pergunto inocentemente...
viste o Hostel, o filme?



Hostel_Written and directed by Ely Roth_Presented by Quentin Tarantino

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Terror no Lar de 3ª idade

Fechado no espaço apertado de um roupeiro de um lar de terceira idade de senhoras, ele continuava a pensar e repensar o que é que estava ali a fazer.
Que a avó era maluca e capaz de inventar histórias como aquela e bem piores, já ele sabia, mas quando um grupo de velhas o começou a agarrar, consecutivamente, à saída, implorando-lhe para que as levasse com ele, a história tornou-se mais séria.

Pelo que a avó lhe contava, aquele adorável e acolhedor lar à luz do dia, ganhava contornos mais negros durante a noite. As doces freiras e enfermeiras transformavam-se em criaturas demoníacas que violentavam e roubavam as senhoras mais idosas e incapacitadas do lar. E se alguma se atrevia a contar a verdade às visitas, era sempre invenção da velhice, ou da Alzheimer. Quem é que ia acreditar num bando de velhotas que, com memória de peixe, repetia sistematicamente as mesmas frases em loop?
A verdade é que o dinheiro na bolsa da avó desaparecia de dia para dia. E os olhares angustiados das outras velhotas que o agarravam, suplicando-lhe que as ajudasse a fugir, tinham-no impressionado.
Por isso, longe de imaginar o horror que ia viver nas próximas horas, decidiu ficar lá uma noite para investigar o que é que se passava por ali.

O combinado é que a avó o libertaria na hora certa para que pudesse assistir ao inferno que era o lar da terceira idade durante a noite. Mas o ar abafado do roupeiro estava a deixá-lo nervoso. Ainda para mais, a cabeça da avó já não era de confiança. O mais provável era que já se tivesse esquecido do combinado e que o deixasse ali a noite toda, à fome, calor e sufoco do ar fechado do roupeiro.
Tentou respirar fundo para descontrair mas arrependeu-se logo. Uma lufada de ar bafiento e com cheiro a naftalina agrediu-lhe as narinas violentamente. Agoniado, procurou alguma fresta no roupeiro por onde entrasse ar fresco. Não encontrou nenhuma e entrou em pânico. E se não houvesse nenhuma entrada de ar do exterior? O oxigénio devia estar a acabar e ele, a morrer estupidamente enfiado num roupeiro de um lar de velhas loucas. Velhas que inventam histórias de enfermeiras e freiras do demónio, para distrair o aborrecimento de estar na terceira idade e não saber o que fazer com o tempo. Sentiu o coração a bater mais depressa e o medo a invadir-lhe o corpo.
Tentou controlar-se. Aquilo era tudo um grande disparate, pensou.
A avó ia tirá-lo do roupeiro e ele ia ver com os próprios olhos que velhas, freiras e enfermeiras, estavam todas a dormir na paz dos anjinhos. Voltou a respirar fundo e a engasgar-se com o bafo a laca e naftalina que saia dos vestidos das velhas.

Decidiu encostar um ouvido à porta para tentar ouvir o que se passava lá fora. Aos bocados os televisores de onde saiam vozes estridentes e publicidade em altos berros, foram-se desligando. Isso significava que já se estavam todas a deitar e em breve seria a hora da verdade. Se a avó não o soltasse dentro de um bocado, arrombava a porta do roupeiro das velhas. Estava decidido.
O barulho de passos no quarto chamou a atenção do ouvido dele. Andava alguém por ali, mas não eram os passos de uma pessoa só. Eram vários passos e sussurros que lhe indicavam que várias pessoas estavam a avançar na direcção dele.
E se fosse verdade a história da avó? Os passos podiam ser de um bando de freiras e enfermeiras possessas que já sabiam da presença dele e se preparavam para o arrancar dali. Talvez o quisessem matar, fazer desaparecer misteriosamente. Assim a verdade sobre o horror do lar à noite nunca seria descoberta e depois, quem é que ia acreditar na avó dele? A velhota que todos os dias acordava e adormecia com a mesma roupa vestida, negando-se a despi-la, não fosse as enfermeiras roubarem-lha quando a levavam para lavar. Aqueles poderiam ser os seus últimos segundos de vida e ele só pensava, que últimos segundos de vida tão estúpidos, enfiado no roupeiro de um quarto de um lar de velhas.

... a ser continuada ...

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quarta-feira, julho 22

Hoje há coisa gira no Music Box...



L'Herbe Folle no Myspace


A entrada é 6,00 com direito a uma bebida e encontram mais info, aqui. Eu se pudesse ia, não podendo, fico à espera dos vossos relatos. ;)

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terça-feira, julho 21

Concurso de verão

Está aberto concurso onde o felizardo não ganha, mas oferece-me umas férias paradisíacas onde vou ter ideias geniais para o meu futuro. É sabido que em condições adversas não se consegue ser genial e é sabido que as minhas condições são adversas há demasiado tempo e que eu não sou por aí adiante genial
Quem quer ser a/o felizarda/o que vai mudar radicalmente a adversidade da minha vida? Para isso só têm de responder à seguinte pergunta: Em que lugar do mundo me ofereceriam umas férias geniais e para quantos dias? Ganha, obviamente a/o mais generosa/o e não se esqueçam que quem fica a ganhar são vocês ou não seja certo e sabido que é muuuuito melhor dar que receber… :P

Concurso não autorizado pelo Governo Civil de Lisboa, sem o número xxxx xxxxx

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quinta-feira, julho 16

Serial Heart Killer

Ele acordou assustado, sem saber onde estava. Sentiu-se despido e amarrado a uma maca, num espaço frio. A última coisa que tinha sentido, tinha sido um beijo nos lábios.
– Sabes porque é que estás aqui? – ouviu uma voz perguntar-lhe.
Ele não reconheceu a figura revestida a plástico que falava com ele.
– Quem é você?
– Digamos que… uma espécie de justiceira. – E apontou para os cortinados que os rodeavam e onde estavam penduradas várias imagens de corações partidos.
– Reconheces?
Ele acenou que sim, num misto de orgulho e vergonha.
– Lembraste da história de cada um deles? Quanto tempo te levou cada um a deixar-se agarrar?
– Eles queriam que os agarrasse… nunca lhes menti…
– Este… tem várias rachas e feridas, lembras-te desta história?
– Sim… traumas de uma relação anterior… são os que dão mais trabalho e no fim, mais satisfação…
– E este? Cheio de costuras e reparações?
– Um lutador! Esse recuperou bem… não me preocupou.
– Aquele vinha de uma família que ficou destroçada. Lembras-te?
Ele fez um movimento para encolher os ombros, mas a fita plástica que lhe prendia o corpo não o deixou.
– Como é que eu podia saber? Recebi o link no mail e só fiz o download…
– O download do link de um coração que acreditou no teu…
– Um coração que devia saber que não se faz assim à toa um upload desses…
– Porque é que achas que eles queriam tanto que os agarrasses?
– Não sei, eu não procuro isso…
– E o que é que procuras?
Ele ficou em silêncio, sem saber o que dizer.
– E quando os encontras, o que é que tens para lhes dar?

Sem ouvir a resposta, a justiceira levantou a faca e deixou-a cair com toda a força no coração dele.

– Se não sabias… ficaste agora a saber…

E postado isto, vou ver mais um episódio do Dexter… ou será melhor não? :P

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terça-feira, julho 14

inspira. expira.

inspira
expira
respira fundo
mantém-te viva
pode ser que já não falte muito...

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segunda-feira, julho 13

Parabéns Contemporâneos!

Só agora é que consegui ver o programa de ontem e ainda estou pasmada, aliviada e nervosa com o que aquilo foi e com o que aquilo podia ter sido. Um momento em que me senti congelar e pensar que a coisa ia descambar e que de repente se transforma num dos momentos mais ternos e bonitos que vi em TV. Porque já acompanho o programa fielmente há algum tempo, porque fui vendo a qualidade do programa a crescer de temporada para temporada, porque fui criando uma relação afectiva com as personagens e equipa do programa, quando chegou aquele momento e pensei que o pior podia acontecer até tremi... e por eles e pelo programa. Foi tão bom ser completamente e positivamente surpreendida! A reacção emocional que conseguiram provocar em quem os segue, o que eles conseguiram com aquele momento do programa de ontem não é fácil de conseguir. É resultado de um trabalho continuado e de certeza que vai ficar na história da nossa televisão. Eu não vou esquecer. Obrigada Contemporâneos, obrigada Bruno Nogueira, obrigada à senhora linda! :)

Para quem ainda não viu, o link aqui.

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Kudos para o Jardim da Estrela este fim de semana…

...que teve uma bela programação!


Ontem tive pena de só chegar à noite mas era prioritário dormir e limpar a casa e fui bem a tempo de okupar um belo pedaço de relva e beber as primeiras minis de lata que conheci na vida…


São atarracadinhas, gorduchinhas, lindas!! <3

… até chegar a hora de Samuel Úria!!!
Mmmmmm mmmmmmm… a okupação não podia ter acabado de uma maneira mais bonita. O Samuel e os amigos deram-nos ali uns momentos musicais que combinaram na perfeição com o coreto, com o jardim, com a noite de verão. Se Samuel Úria já tinha sido amor à primeira audição, comprovou-se com o concerto ao vivo... que foi muito melhor do que isto:



E hoje, para fechar o fim de semana em grande, e depois de um belo dia de praia, foi a festa com Roda de Choro de Lisboa e Real Combo Lisbonense. E só sabe como foi bom quem esteve lá…


Já encontrei algumas imagens no YouTube, com uma mistura de fotos do concerto com fotos do jardim e onde dá para terem uma ideia, mas não chega para terem a noção do bom que foi.



Ao contrário da noite anterior que não teve muita gente :(, hoje a zona à volta do coreto foi completamente invadida por gente a cantar e a dançar estas novas/velhas músicas de baile que, se ainda não foram buscar ao site da Óptimus não sei do que é que estão à espera…
Foi muito divertido, o fado é bom para xu xu e eu estou cada vez mais fã destas festas de final de fim de semana em jardins ao ar livre!!

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Top 10 razões para ir ver o filme Bruno

Eu vou! :D



Letterman_Bruno Top Ten List


via Sound + Vision

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sábado, julho 11

Resolução de fase nova de vida:

Eu vou deixar de dar trela a pessoas que têm o umbigo maior do que o coração!

Fica aqui e a vermelho para ver se desta vez não me esqueço tão depressa... :(

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De hoje a oito dias, em Porto Covo...



Rupa & the April Fishes
<3 <3 <3 <3
No Festival Músicas do Mundo de Sines. Ainda tenho boleia no meu carro, quem vem comigo? ;)

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quinta-feira, julho 9

Um corte de cabelo sonoro

Atenção que isto é mesmo para ver com headphones nos ouvidos. E de preferência de olhos fechados. É muito, muito bom!



Virtual Barber Shop

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quarta-feira, julho 8

Warm heart of Africa, The Very Best

Já está no MySpace The Very Best, música nova do álbum que está para vir. Eu gosto! :)

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E deixo-vos com um filme fofinho...

Enquanto vou tentar dormir mais um bocado...



Em grande, na origem:
Sushi Express_Le film

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Volta ladrão, estás perdoado!

Olha a ##### da velha a quem salvei a casa do ladrão, passou o tempo em que supostamente eu deveria estar a dormir descansada a gritar por mim e a bater-me à porta com tal violência que mais parecia que a queria arrombar. Isto porque ainda não tem uma chave nova da porta de baixo que foi mudada porque abria só com um empurrão!!! Isto depois de ontem me ter estado a dar uma seca a acusar-me de ter sido eu a abrir a porta ao ladrão e que tinha de ir sempre à janela ver quem tocava e que tinha de ficar atenta se quem entrava para ir às caixas de correio, saía logo a seguir ou ficava no prédio. A PORTA ABRIA SÓ COM UM EMPURRÃO e eu não ganho para ser guarda do prédio!!
Eu sei, é velha, não tem nada com que se preocupar, deve sentir-se revoltada, discriminada, injustiçada, whatever. MAS QUE MERDA TENHO EU A VER COM ISSO??????
Como sou quem está normalmente mais no prédio, disponibilizei-me para ficar com algumas das chaves que foram feitas e distribuir logo pelos vizinhos. Quando vi que não chegavam para todos, telefonei à administradora e disse-lhe, ao que fui informada que as restantes chaves que sobraram tinham ficado na caixa de correio da administração. Ontem quando ela chegou e disse-me que não tinha chave, tive a paciência de ligar à administradora do meu telemóvel. Não me atendeu, deixei mensagem a pedir que viesse cá entregar-lha. Pelos vistos, não veio e eu agora é que tenho que levar com isto!
E mais, a ladra agora sou eu! Diz que ligou ao filho que ligou ao senhor que fez as chaves que lhe disse que eu é que tinha ficado com as chaves todas e agora não lha quero dar!!! Haja SANTA PACIÊNCIA NESTE MUNDO!! Estou oficialmente de mau humor, coisa que não é fácil de conseguir, e se voltar a ouvir algum barulho à porta de casa dela, vou-me embora e não quero saber. ARRRRRRRREEEEEEEGGGGGHHHHHHHH!

segunda-feira, julho 6

Um gato tem sete vidas, e nós?

É que eu já nem sei em quantas vou. Volta e meia, olho à volta e está tudo diferente.
Agora, olho à volta e estou na recepção de um Hostel. O meu gato, acordado à minha espera na varanda, vai ter que esperar mais um bocado pela nossa hora da brincadeira. Ele, e eu, que já estou com saudades tipo mamã que tem que se afastar do filho pela primeira vez para ir trabalhar (coisa que vá se lá saber porquê, não acontece quando me afasto dele para me ir divertir à noite com os amigos). Agora não consigo parar de pensar nele. Saio um bocado depois das nove da manhã e vou tentar chegar com energia para, antes de aterrar na cama, lhe atirar umas bolas e vê-lo correr pela casa todo contente. :)

Também posso dormir aqui depois dos hóspedes adormecerem todos mas, se não conseguir aproveitar este tempo para escrever qualquer coisa vou ficar profundamente deprimida. Essa foi a minha ideia ao aceitar este trabalho.
Primeiro, preciso do dinheiro, claro. Segundo, o Hostel fica perto de casa e é giro, olhem lá…


Terceiro e mais importante, posso aproveitar o tempo em que aqui estou da forma que quiser. Desde que: esteja atenta à porta, a casa esteja limpa e arrumada e os pequenos almoços preparados antes deles acordarem, posso passar a noite inteira a teclar no computador.
Posto tudo isto, parece-me uma boa saída para o caminho sem saída por onde tenho andando. O que é que vos parece?
E mais! A recepção de um Hostel pode ser um grande cenário para uma história nova e até fica bem no currículo de uma escritora. ;)
Concluíndo, venha a inspiração, por favor, que o tempo não me falta... Boa?

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quarta-feira, julho 1

Gostava de ser uma flor,

ou uma peça de arte, um objecto bonito ao olho, sem vontades ou utilidades, que existe só assim, só porque sim, porque alguém gosta de olhar para ele. Uma peça de design uma ilustração de um livro ou um poema feito de palavras bonitas que sabem bem ao ouvido e que para existir só precisa de ser bonito e de soar bem ao ouvido. Sem vontades ou utilidades. Mas não sou. E se fosse uma música? Gostava de ser uma música leve, doce, daquelas que se ouve porque sabem bem, num entardecer de um dia de verão. Também não sou… Gostava de ser capaz de escrever uma história simples e bonita. A minha vida podia ficar simples e bonita como essa história, sem aventuras difíceis e desafios que dificultam a vida a personagens como a vida me dificulta a vida a mim. E porque não? Ainda posso voltar atrás? Ainda posso aprender e escrever-me uma história simples e bonita? E posso ser eu a inventar-lhe o fim?

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Aqui há gato!


;)

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